quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Rita Lee série Três Tons da Universal Music.

  Recém-saída dos Mutantes, em 1973, Rita Lee arquitetava sua reinvenção como estrela de rock

Silvio Essinger - O Globo
RIO - Estrela com luz própria, Rita Lee só viraria mesmo a partir do LP “Fruto proibido”, de 1975, dos sucessos “Ovelha negra”, “Agora só falta você” e “Esse tal de rock enrow”. Mas antes desse disco, a cantora dos Mutantes lançou três álbuns solo: “Build up” (1970), “Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida” (1972) e “Atrás do porto tem uma cidade” (1974), que voltam ao mercado em caixa da série Três Tons da Universal Music. Páginas pouco lembradas da história da rainha do rock brasileiro (os dois primeiros LPs, por sinal, foram feitos quando ela ainda integrava a banda), eles, no entanto, ocupam um lugar especial nos corações e ouvidos de cantoras que movimentam a cena do pop-rock-MPB.
— É muito legal observar a Rita, aquela menina linda, roqueira, se aventurando num mercado tão masculino — diz Lia Sophia, revelação do Pará.
— São discos que mesmo depois de tanto tempo de história, são atuais e não perdem sua relevância — acrescenta a mineira Roberta Campos, que diz tê-los descoberto já no final da adolescência, mais tarde do que gostaria.
— Acho que nesse começo de carreira, a Rita flertou audaciosamente com muitos estilos e possibilidades, experimentou de tudo, foi muito corajosa ao explorar uma linguagem muito rica e à frente do seu tempo — analisa a santista Andréia Dias, que faz o show “Precisamos de irmãos” (título de uma das músicas de “Build up”), com releituras do repertório da cantora nos anos 1970 e 1980. — Acredito que essa alquimista atemporal tem, nos seus primeiros discos, o laboratório mágico onde Rita refinou o sumo da sua obra e partiu certa e confiante para o estrelato que sempre almejou. Afinal, já de cara, no primeiro disco, ela canta: “Sucesso, aqui vou eu!”. Quem faria isso hoje?
‘Esfinge indecifrável’
Apreciadora da “fina ironia” desse verso (da canção de mesmo nome), Lia Sophia é fã de “Build up”, disco que resultou de um espetáculo de moda, música e teatro para a empresa Rhodia, e que alterna climas de musical americano dos anos 1950 e de tropicalismo.
— Eu fiquei bem impressionada com a qualidade do repertório. “Calma” (de Arnaldo Baptista, mutante e namorado de Rita na época) é uma das músicas mais lindas que ela já gravou. E é muito forte a imagem da Rita na capa: esfinge indecifrável e ao mesmo tempo de uma grande doçura — considera Lia.
Paulista criada em Salvador e vocalista da extinta banda Penélope, Érika Martins, por sua vez, é uma grande admiradora de “Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida”, um disco quase não solo, já que Rita o gravou com acompanhamento (e canções) dos Mutantes.
— Acho engraçado que os fãs da banda não o coloquem na lista de discos dos Mutantes. Mas é justo que tenha sido creditado como da Rita Lee, porque aquele bom humor e acidez, quem seguiu foi ela. Dali pra frente, pra mim, os Mutantes ficaram enfadonhos, e a Rita floresceu como o maior nome do rock brasileiro. Será que eles imaginaram que aquele seria o “primeiro dia do resto da vida dela”? — pergunta-se Érika.
Já para a gaúcha radicada em Maceió Cris Braun, “Atrás do porto tem uma cidade” (o primeiro solo depois de deixar os Mutantes, feito com a banda Tutti Frutti) “é o melhor disco de todos os tempos de Rita Lee”, por sua “psicodelia, modernidade e atemporalidade”.
— Eram tempos mais leves, onde não havia a patrulha dos politicamente supercorretos — analisa Cris. — “Yo no creo pero”, com ares de rock progressivo, tem um momento instrumental lindo. E “lacinhos cor-de-rosa ficam bem num sapatão” (verso de “De pés no chão”), tem coisa mais delicada de se dizer? Já o “Menino bonito” deve ser recordista no repertório de barzinhos.
Música de abertura de “Atrás do porto...”, “De pés no chão” não só foi regravada pela cantora baiana Marcia Castro como acabou dando título ao seu segundo álbum, do ano passado. Marcia, porém, aprecia não só o “Porto”, mas os outros dois discos de Rita.
— As composições deles têm muito humor e sutilezas. Os temas são excêntricos, e os arranjos propõem muitos ambientes. E tem a Rita Lee intérprete/performática, dando a dramaticidade exata às canções — observa. — Parece que a atitude rock’n’roll se acentuou ao assumir a posição de bandleader. A natureza agridoce de Rita, tão forte nessa fase solo inicial, me encanta.Buscapé
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